A monitorização da glicemia capilar (teste da “gotinha” ou “ponta de dedo”) diariamente por indivíduos com diabetes Mellitus tipo (DM1) de qualquer faixa etária traz grandes benefícios, por diminuir o risco de complicações agudas, tais como cetoacidose e hipoglicemia, e por permitir que o paciente entenda os determinantes de sua glicemia ao correlacionar os resultados glicêmicos em tempo real com a ingestão de alimentos ou com a prática de atividade física, por exemplo.
Desse modo, a automonitorização favorece estratégias a fim de tratar ou evitar glicemias fora do alvo, modificar a razão insulina/carboidrato, otimizando a contagem de carboidratos, ou ajustar o fator de sensibilidade, propiciando uma correção eficaz da hiperglicemia, além de possibilitar ajustes da insulina basal, seja no esquema de múltiplas doses de insulina, seja na bomba de infusão.
Objetivos glicêmicos para indivíduos com e sem DM1 nos diferentes momentos do dia.
Glicemia | Sem diabetes (mg/dL) | Crianças e adolescentes com DM1 (mg/dL) | Adultos com DM1(mg/dL) |
Jejum ou pré-prandial | 65 a 100 | 70 a 145 | 70 a 130 |
Pós-prandial | 80 a 126 | 90 a 180 | < 180 |
Ao deitar | 80 a 100 | 120 a 180 | |
Na madrugada | 65 a 100 | 80 a 162 |
# Segundo a Sociedade Internacional de Diabetes para Pediatria e Adolescencia (International Society for Pediatric and Adolescent Diabetes, ISPAD).
* Segundo a Associacao Americana de Diabetes (American Diabetes Association, ADA).
Quanto ao número de glicemias capilares necessárias para um bom controle metabólico, demonstra-se que a frequência da monitorização está associada a melhora da HbA1c.
Estudos demonstram que o mínimo seriam quatro medidas ao dia, sempre antes das refeições principais, ao deitar e, idealmente, antes e 2 horas depois das refeições para ajuste da insulina bolus (portanto, um total de seis vezes ao dia), havendo pelo menos uma vez por mês uma medida de madrugada (entre 3 e 4 horas).
A terapia insulínica intensiva requer, portanto, monitorização frequente da glicemia capilar (quatro a seis vezes ao dia), assim como ajustes regulares das doses de insulina, o que se realiza pelos pacientes ou por seus familiares, em associação com a equipe multiprofissional.
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Meu nome é Mayara Camelo, sou nutricionista graduada em Nutrição Clínica e Esportiva (IPGS), diabética tipo 1 há 20 anos, usuária da bomba de insulina desde 2012, descomplico a contagem de carboidratos e atualmente trabalho com o público alvo de diabéticos.